A Cripta do Vampiro
Introdução
Bem vindos ao continente do Mundo Antigo. Lar de reinos ancestrais e misteriosos. Uma dessas terras situa-se nas inescaláveis Montanhas de Mauristatia, dividida em três reinos principais: Bathória, Lupravia e Mortvania. Este último é um reino que vive há décadas sob o jugo da tirania do misterioso Conde Reiner Heydrich. O protagonista é um aventureiro em busca de fama e fortuna e com isso viaja para Mortvania em busca desses dois elementos, mas se decepciona com a miserabilidade do lugar. Buscando um abrigo para a noite fria das montanhas, o viajante encontra o vilarejo de Leverhelven e adentra a pequena taverna do lugar, sendo extremamente mal recebido. Tentando manter contato com os moradores do local, o herói descobre o segredo terrível dos habitantes da vila. O lugar vive sob o domínio do nobre daquelas terras, o vampiresco Conde Reiner Heydrich. Para alimentar a si e a suas criaturas demoníacas, o Conde constantemente envia seus servos para seqüestrar os incautos e os desavisados, principalmente as jovens mulheres, que são levadas para seu castelo e são mortos para satisfazer as necessidades do maligno vampiro. Monstros perambulam constantemente pelas terras de Mortvania, originados do sombrio castelo, ao norte do reino. Emocionado com o sofrimento dos cidadãos, o herói aceita a oferta dos moradores em trazer de volta Nastassia, a última jovem capturada e levada para o castelo ou morrer se necessário. Há dois caminhos que levam para o covil de Heydrich; um deles você é convidado por um misterioso “cavaleiro sem cabeça” para uma carona até o castelo e o outro caminho pode ser feito andando. No castelo o protagonista descobrirá que o sinistro vampiro assassinou o antigo nobre do lugar, seu próprio irmão Siegfried Heydrich, e tomou o poder. Com a ajuda do fantasma de Siegfried, ele deverá passar pelos servos mortos-vivos que guardam os corredores do castelo assombrado, encontrar as únicas armas que poderão derrotar o impiedoso Conde e libertar Nastassia.
Nessa aventura é apresentado aos leitores à temática do gênero terror. 95% da história se passa no Castelo Heydrich, onde Nastassia foi levada. O lugar está guardado pelos sanguinários servos mortos-vivos do Conde: zumbis, vampiros, ghouls, esqueletos e outras criaturas indescritíveis, como o Dr Faustus. Para libertar nastassia do jugo maléfico do Conde, o herói deverá derrotá-lo em batalha, no entanto por ser um vampiro, ele possui diversas imunidades. Somente certos tipos de armas podem feri-lo ou enfraquecê-lo. Para conseguir estas armas o protagonista deverá vasculhar cada canto do castelo, como os quartos, a biblioteca, cozinhas, etc. Algumas armas e artefatos estão guardados por adversários poderosos e outros estão guardados em lugares tão secretos que somente a perspicácia e a inteligência do leitor poderá descobri-los. Dentro do castelo há também alguns parentes do Conde, como o Primo louco Wilhelm e a bela, porém fatal irmã do Conde, Katarina. Na verdade Katarina é a personagem-chave da aventura, pois o principal motivo do desaparecimento das jovens de Mortvania está relacionado com a irmã do Conde, revelando uma terrível surpresa no final da aventura. O herói também terá um segundo objetivo, que será encontrar e abrir a entrada para a cripta do castelo, onde se encontra o vampiro e seus servos mais poderosos.
“A Cripta do Vampiro” é um excelente livro-jogo, que, além de ser uma ótima homenagem às histórias de terror relacionados a vampiros, principalmente ao Conde Drácula, também possui um ótimo enredo. O livro é tão bem escrito que consegue transmitir ao leitor o suspense do lugar à medida que o herói vaga pelos corredores assombrados do castelo. Algumas lutas também são muito bem elaborados, principalmente a batalha final, onde há vários mecanismos para se enfrentar o Conde – e ele se revela como um dos vilões mais difíceis da série – uma vez que possui diversas imunidades, alta Habilidade e Energia, além de várias estratégias de fuga e defesa. Outro bom mecanismo criado no jogo é o novo atributo “Fé”, que quanto maior for, mais fácil será para o leitor vencer as criaturas do mal, bem como o próprio Conde. Infelizmente também há a chance do herói adquirir maldições (como a licantropia) e aflições, pois muitos dos inimigos são cadáveres doentios carregados de pragas. Com o decorrer da história o herói será capaz de aprender feitiços poderosos que serão utilizados para vencer os monstros, bem como vencer outros obstáculos. Outro aspecto inteligente foi a bo a colocação dos personagens do livro, como os parentes do Conde, bem como a interação de alguns deles em pontos muito importantes na história e em sua conclusão.
Keith Martin criou uma história muito legal, recheada de suspense e inimigos interessantes, além de uma fantástica e emocionante batalha final, baseada em turnos de ataque e defesa cuidadosamente elaborados. Embora seus livros sejam muito elogiados, infelizmente a editora brasileira só publicou um único livro desse autor. Há uma sequência que jamais foi publicada no Brasil intitulada “Revenge of the Vampire” (A Vingança do Vampiro), mas isso é uma outra história…
Introdução
Enfim! Um desafio à altura do mais experiente dos leitores da série. O Calabouço da Morte é um labirinto repleto de criaturas pavorosas e armadilhas mortais. Foi construído nas colinas próximas ao entorno da cidade-estado de Fang, capital da província de Chiang Mai, próximo às Montanhas do Dedo de Gelo, no norte de Allansia. Outrora uma pequena cidade que vivia da pesca no Rio Kok e das taxas cobradas pelos barqueiros que usavam o rio, hoje Fang é conhecida em todas as regiões civilizadas por um exótico torneio. Uma vez a cada ano é realizada na cidade a famosa “Prova dos Campeões”, onde os candidatos deverão realizar a “Caminhada”. Compreende um jogo mortal, onde os mais conhecidos heróis e guerreiros de todo Titan se inscrevem em busca de um fabuloso prêmio de 10.000 moedas de ouro – o sonho de aposentadoria para qualquer bravo aventureiro. Para conquistar a valiosa recompensa, o candidato deve percorrer os túneis ardilosos do labirinto de Fang conhecido como o Calabouço da Morte e atravessá-lo. Trata-se de uma masmorra tenebrosa, povoado por uma série de monstros assustadores, armadilhas criadas somente por mentes diabólicas e enigmas mortais. Seu arquiteto é o obscuro governante da cidade de Fang, Barão Sukumvit. O evento é uma das maiores atrações do ano, pois nos dias que antecedem a prova, centenas de pessoas de toda parte de Allansia e outros continentes visitam a cidade, que fica repleta de músicos, trovadores, artistas de rua, comerciantes, feiras, cuspidores de fogo e outras atrações. Desde que foi inaugurado, ninguém até hoje conseguiu chegar vivo à saída do Calabouço, que já ceifou a vida de dezenas de bravos contestantes o que, de certa forma, aumenta a ansiedade dos expectadores, que apostam em quem conseguirá atravessar em definitivo, o Calabouço.
Tentado pelo fabuloso prêmio, o então desconhecido herói viaja até Fang e se inscreve na prova mortal. Outros concorrentes disputarão o grande prêmio e não deixarão por menos: dois valentes bárbaros portando afiados machados; Uma ranger elfa muito bela; um cavaleiro trajando armadura de batalha completa e um sombrio ninja, armado com armas letais e silenciosas. Apesar de ser basicamente um livro de masmorra, a aventura é considerado por muitos como um dos mais difíceis de toda a série. E de fato essa proposição é correta. O desafio não compreende somente eliminar alguns Goblins e chegar até o outro lado, mais enfrentar vários dos monstros mais fortes de Allansia, trazidos dos fossos mais profundos e abjetos. Muitos possuem vários ataques especiais que podem eliminar o incauto aventureiro sem que este nem precise desembainhar a espada. As armadilhas também são muito diversificadas e a maioria delas significam fim de jogo, caso os dados ou a sorte não ajudem. Talvez o grande diferencial deste jogo para os outros esteja também pelo fato de que se deve usar muito mais a inteligência e o raciocínio do que nos livros anteriores. Há também os Juizes de Prova, servos do Barão Sukumvit que testarão as principais habilidades do leitor, jogando-o em intrigas e desafios onde um deslize significará sua condenação. Outro fator de grande interesse na história são os outros cinco concorrentes. Todos eles fortes guerreiros e candidatos. Durante a aventura o herói terá a oportunidade de passar por eles e o lance genial do autor aqui se faz: eles são seus inimigos, pois disputam a recompensa, mas ao mesmo tempo também querem sair do labirinto e sabem que toda ajuda será fundamental, por isso o aventureiro poderá encontrá-los no caminho – vivos ou mortos – e também formar alianças temporárias ou até mesmo ser caçado por algum deles. Eles poderão deixar uma grande dúvida na cabeça do leitor, mas o encontro com um deles, durante o percurso, é de grande importância e dá um brilho a mais ao desenvolvimento da história. De fato o destino dele pode até mesmo comover os mais entretidos e apaixonados leitores. É necessário encontrar uma dezena de itens que serão fator decisivo no caminhar do labirinto. Alguns o livrarão de ardilosos encontros; outros evitarão a morte certa e outros são fundamentais para a conclusão da aventura.
De todas as características formidáveis deste livro, talvez a mais marcante seja o seu elevado índice de dificuldade. Simplesmente os quatro últimos monstros do Calabouço possuem Habilidade de no mínimo 11! Podemos citar entre eles um Demônio do Poço, uma Mantícora e a temível Besta Sangrenta. Portanto as provisões devem ser usadas na medida certa. As situações de morte, tão temidas pelos leitores, também são escritas na dosagem certa. Cada uma delas é descrito com tantos detalhes que o leitor acaba sentindo uma certa angústia em várias situações. Livingstone conseguiu de fato se superar nesta aventura épica. Um livro escrito para aventureiros experientes. O autor conseguiu criar uma masmorra que se difere de muitas outras por conta das descrições minuciosas, dos enigmas bem dosados e da dificuldade que quase chega ao ápice do absurdo, mas que possui um fator fundamental: uma história com um enredo fantástico, imersa em uma criatividade sem precedentes e completamente original. As ilustrações de Ian McCaig também são perfeitas e muitas vezes assustadoras, o que mantém, de certa forma, o clima pesado e obscuro do Calabouço, principalmente a capa, de onde vemos a famosa Besta Sangrenta – realmente muitos leitores pensam duas vezes antes de entrarem no Calabouço da Morte só de olharem para a capa. Da série, é considerado o favorito de inúmeros fãs. Grande parte desta popularidade vem da imensa originalidade que o autor depositou neste trabalho fantástico, envolvendo o leitor em uma história tão prazerosa que o prenderá até o último parágrafo.